sexta-feira, 26 de junho de 2009

O verde é a cor da moda



No mundo de hoje o consumo é cada vez mais frenético, gerando lixo que se amontoa em aterros e em outros lugares. A produção industrial cresce massivamente, exaurindo minérios e outros recursos naturais. Gases são despejados despudoradamente na atmosfera, que se aquece a cada ano. A água é poluída e desperdiçada, tornando-se gradativamente um bem raro.
Disso, todo mundo já sabe. Se não sabe, seja bem-vindo ao planeta Terra. Acontece que o cinza do concreto e o negro da fumaça vêm sendo as cores da moda neste planeta há pelo menos 200 anos, quando da ocorrência da Revolução Industrial. Agora, está na hora de mudar de estação.
De certa forma, isto está ocorrendo. Os invernos viram outonos, os outonos viram primaveras, as primaveras verões e estes, infernos inimagináveis. O que vestir na estação? Talvez uma roupa de astronauta, em algumas décadas.
No entanto, é possível também mudar de maneira positiva. Saem o cinza e o negro, entra o verde como cor da estação. Reciclagem, transporte coletivo, agricultura, urbanismo, todas as áreas discutem o meio ambiente. Mas e a moda?
A visão desta como epítome do luxo e do consumismo ostensivos, do gastar insaciável das socialites em centenas de sapatos e vestidos caros, das toneladas de produtos feitos de plástico e borracha, dos milhões de indústrias a sintetizar tecidos os mais inorgânicos, está ficando fora de moda.
No entanto, surgem alternativas que podem remodelar a moda, colocando-a de volta em sintonia com o mundo. Na Amazônia, estuda-se um novo tipo de material, a fibra de coco impregnada com látex natural. Bolsas, poltronas, tapetes, vasos e até chinelos podem ser produzidos com este material, que por ser biodegradável é menos agressivo à natureza do que muitas substâncias utilizadas na confecção daqueles produtos. No Paraná, recente desfile apresentou roupas cujas tinturas provinham de materiais como pó de café, água de feijão e barro. Mais uma vez, tem-se o exemplo de alternativas para evitar tintas químicas, que são impregnadas de chumbo e outros materiais pesados.
Vivendo no Brasil, terra de imensa extensão territorial e biodiversidade, há uma miríade de recursos naturais que podem ser utilizados no intuito de tornar a moda menos agressiva ao meio ambiente.
Além disto, ao utilizarmo-nos de recursos oriundos da natureza, passaremos a conhecê-la melhor e a perceber também a importância de se preservar as florestas, por exemplo.
O verde é barato, bonito, e é a cor da moda. Cumpre adotá-lo e vesti-lo o mais rápido possível, e da maneira mais racional disponível. Do contrário, poderá chegar o momento no qual a Terra poderá nos mandar a conta de nosso consumismo ambiental desvairado. E os juros não poderão ser pagos com cartão de crédito.

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